A população procura entender o que ocorre na Prefeitura, na Câmara e na FAI e é comum surgirem questionamentos sobre as atitudes dos que governam a cidade. Não cabe ao cidadão comum, trabalhador, cumpridor dos seus múltiplos deveres diários, buscar as informações sobre o poder público. Cabe, sim, às assessorias desses órgãos, remuneradas para tal função, prestarem os necessários esclarecimentos à comunidade. No entanto, o material produzido para a imprensa apresenta apenas características de propaganda e não esclarece os problemas que mais interessam à população.
Em 24 de janeiro o Jornal da Cidade estampou a manchete: “Arrecadação da FAI cai pelo 3º ano consecutivo”. Pelo que se sabe, não houve interesse por parte da assessoria em rebater ou explicar tal informação. Especula-se há algum tempo que o número de alunos e a receita da FAI vêm diminuindo. Cabe ao cidadão comum procurar a instituição para saber o que está acontecendo, ou seria função da assessoria explicar tais questões?
As “vozes das ruas” ainda se perguntam se era necessário pagar quase 80 mil reais para fazer o site da faculdade. O questionamento ganha relevância, pois a instituição tem um curso ligado à área. Além de evitar o gasto, a criação do site pela FAI serviria de propaganda para a instituição. E o marketing da faculdade? O slogan “Quem cursa a FAI, [sic] tem qualidade de vida” parece não deixar clara a marca de uma instituição de ensino, ou o que quer que seja. O que levaria os estudantes a se sentirem estimulados com tal propaganda?
Também não está evidente se existe algum projeto de reestruturação dos cursos de licenciatura ou estudos sobre o impacto das bolsas concedidas ao funcionalismo no orçamento da Autarquia. Sem contar a situação do curso de Direito, que gerou muitas informações desencontradas. Não cabe à direção e à assessoria esclarecerem essas questões, informarem a população sobre o que ocorre?
O acúmulo de cargos pode explicar parte da dificuldade, mas não satisfaz os cidadãos, que cobram um posicionamento mais próximo da instituição com a cidade, principalmente por meio do debate franco, já que o destino da FAI, em parte, está ligado ao da comunidade.
Por fim é preciso dizer que, como se sabe, utilizam-se expressões como “vozes das ruas”, “o que os adamantinenses não entendem” e outras mais para se remeter à ideia de opinião pública e aos questionamentos que ocorrem na população. Ao se empregar a segunda dessas expressões num artigo de opinião recentemente, esperava-se que nenhum educador de nossa academia, especialmente na área de comunicação, a entendesse no seu sentido literal.